6 de jun. de 2008

Questões básicas para pesquisa

Aqui; introduziremos um "Estudo de Caso" do sujeito E.M.R. , e as possíveis interferências em sua estrutura psíquica. Um breve questionário será oferecido a ele na tentativa do aprofundamento da questão, como segue:
Questionário.

1_ Na história de sua vida, quais as influências você considera mais negativas e positivas da ideia Deus? Em minha carta a você cito tudo o que me ocorreu, desde a infância, contudo durante a adolescência foi o momento que me senti mais invadido, inclusive me mutilando para não satisfazer meus instintos naturais. Lembro-me ser comum na época a disputa em casa de amigos, onde quem conseguia gozar primeiro ganhava; mau sabíamos que no sexo com outra pessoa é preciso demorar (risos), meu órgão encontrava-se tão machucado que sempre dava desculpas e saia dali. No entanto poucas vezes, antes de meu casamento aos 19 anos, me masturbei ou acordava molhado; o desespero tomava conta de mim e o flagelo começava, horas e horas de rezas/orações, quase todas decoradas, além de novos cortes com gilette em meu pénis como a castigar-me por tamanho pecado. Engraçado é que nesta época era exactamente a "ideia" que me dava forças para tamanha insensatez.

2_ Imaginemos que Deus não exista, que mudanças substanciais negativas ou positivas você supõe aconteceriam em sua vida? Já passei por vários estágios em relação a "Ele", a crença em sua existência não foi-me oferecida me foi imposta. Então houveram momentos em que grandes eventos de prazer absoluto devem ser creditados a essa fé, ela tem um poder que mesmo quando passo por momentos como quando deixei a igreja e de ser pastor, em função da abertura de pensamento que passava naquela época aos fiéis, e me senti livre inclusive verbalizando a "nova vida" a vida de verdade, da minha verdade; ainda me sentia preso e com medo. A existência de "Deus" hoje não faria a menor diferença em minha vida, hoje concebo-o de acordo com a minha existência, não mais em função da dele.

3_ Em que medida você percebeu perdas significativas que modificaram seu modo de vida e o fizeram sofrer se relacionam a ideia de Deus? Sempre! Não houve momento em que sua influência não fizesse: mal, mau, bem, ruim, luz e escuridão; vivo dessa dicotomia, desse paradoxo. Ele é paradoxal, ou a ideia histórica e social da qual surgiu.

4_ Alguma vez a "ideia" o fez pensar em suicídio ou auto flagelo? Sim! Em vários momentos como já citei me mutilei e em outros pensei em acabar com tudo, esse pensamento vai e volta, tenho medo de em determinado tempo conseguir chegar lá.

5- O que você diria a outros de sua experiência de vida? Não imagino uma sociedade sem a presença de um "Deus", esta muleta é altamente necessária, controla, regra, estabelece limites; mas essa é uma arma que também destrói. Há que se ter cuidado! Pais, famílias e sociedade em geral costumam não perceber a profundidade de suas acções, talvez seja momento de reflexão, reflectir o amor que oferecemos, e que esse amor não supere o amor do outro...somos humanos, únicos, diferentes e devemos respeitar nossa diversidade.

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